Ganho real para os investimentos. Entenda o que é isso e saiba avaliar suas aplicações

Você com certeza já ouviu a máxima de que dinheiro gera dinheiro. De fato, dinheiro aplicado em produtos do mercado financeiro tende a render algum extra para você. Mas você sabe avaliar se esse extra está sendo suficiente? Ou se poderia ser melhor? Ainda que você aplique em investimentos conservadores, que é o caso da poupança, ou dos fundos DI, o mais importante é você garantir o seu poder de compra.

A conta é simples. No primeiro semestre de 2012, a poupança rendeu 3,28%. Nesse mesmo período o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apurou inflação de 2,32%, considerando o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Nesse caso, o ganho acima da inflação foi de 0,94%. Este é o ganho real!

Porém, para você orientar seus investimentos, especialistas sugerem que em vez de você olhar a inflação do período anterior, consulte a inflação projetada para o período. Uma boa fonte é o Relatório Focus do Banco Central, que traz estimativas de quanto deve ser a inflação no próximo mês, ano corrente, 12 meses e ano seguinte. Olhe sempre a correspondente ao período que você planeja ficar no investimento.

“Com as condições de juros que o Brasil tem hoje, que ainda são altos em comparação ao resto do mundo, é possível almejar ganhos reais até mesmo nas posições mais tradicionais de investimentos”, afirma Angela Nunes Assumpção, planejadora financeira com a certificação internacional CFP (Certified Financial Planner). Em média, é factível pensar em ganhos reais de 0,5% a 1% ao ano, nos casos mais conservadores, e de 2,5% ou mais, no caso de investidores mais dispostos a correr risco e deixar o dinheiro aplicado por mais tempo. Assim, a sugestão é para que você avalie se a rentabilidade do seu investimento está compatível com essa lógica. Com que frequência? “Vale dar uma conferida no extrato uma vez por mês e a cada três meses, avaliar se a rentabilidade dele está adequada para você”, orienta Angela.

Segundo ela, há investimentos acessíveis para a pessoa física bastante rentáveis, mas nenhuma aplicação deve ser feita antes da pessoa avaliar seu perfil. Além disso, a planejadora recomenda a avaliação da característica do produto antes de mudar. “Em muitos investimentos, o Imposto de Renda cobrado sobre o rendimento é maior quando você saca antes de 2 anos. As vezes, a rentabilidade que você teria a mais num outro. Estão entre os produtos acessíveis a pessoa física, que valem ser alvo da sua pesquisa: poupança, CDBs, ações, fundos de investimento (de renda fixa, de renda variável, multimercados), títulos públicos, fundos imobiliários, entre outros.

Medidor de inflação

Um bom indicador de inflação é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), calculado mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ele busca refletir o padrão de consumo de famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos, que vivam nas áreas urbanas de 11 capitais brasileiras: Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Goiânia e Brasília. O cálculo do índice considera as variações nos preços de: alimentos e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transporte, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação.

Já o Relatório Focus aponta qual a projeção do mercado para a inflação em períodos futuros como o mês seguinte, o ano em questão, os próximos 12 meses e o próximo ano completo. Quando você encontrar projeções para o mês corrente ou passado, isso significa que o IBGE ainda não divulgou o que foi a inflação daquele período e portanto o mercado continua trabalhando com estimativas. O relatório é publicado no site do Banco Central toda segunda-feira e traz também projeções para outros indicadores como PIB, taxa Selic e taxa de câmbio.

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