Apesar de persistirem problemas na área social com a elevada desigualdade e a alta informalidade do mercado de trabalho, o Brasil experimentou entre 2002 e 2012 avanço em indicadores de educação, proteção social e saúde. A melhora em saneamento e distribuição da renda, por seu turno, foi mais lenta.
Esse quadro surge dos dados da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada nesta sexta-feira (29) pelo IBGE. O estudo traçou o percentual da população sem acesso a diretos assegurados pela legislação e, em todos, a situação se mostrou mais favorável.
É o caso da educação. O percentual das pessoas sem completar 8 anos de estudo -a lei prevê esse tempo mínimo na escola- caiu de 38,5% em 2002 para 30,6% em 2012. Já o total de pessoas excluídas do sistema de proteção social (sem contribuir para instituto de previdência ou aposentadoria ou fora de programas de transferência de renda) recuou de 23,2% para 11,3%.
Os dados de saúde também apontam para uma melhora em alguns indicadores, embora a pesquisa não identifique a qualidade dos serviços prestados. Um dos exemplos é mortalidade infantil, que atingiu, em 2010 (último dado disponível), 18,6 crianças de até cinco anos a cada mil nascidas vivas.
Já o contingente de pessoas sem o acesso a serviços básicos (saneamento, coleta de lixo, abastecimento de água e iluminação) cedeu de 39,9% para 31,6% de 2002 para 2012.
Pelos dados do instituto, o rendimento dos 10% mais ricos (R$ 6.017 em 2012) é 12,6 vezes superior à renda da parcela dos 40% mais pobres (R$ 478). O cálculo considera todas as pessoas com idade para trabalhar (15 anos ou mais).