Aumenta oferta e acesso ao crédito e o calote também

Pela primeira vez, em maio, a relação crédito/PIB superou o patamar de 50% do Produto Interno Bruto. É o dobro dos 25% verificados em 2003. O padrão dos países desenvolvidos é 75% do PIB chegando, em alguns casos, a mais de 100%.

O crescimento foi em parte influenciado pelo crédito imobiliário, que chegou em maio a 5,4% do PIB. “É um patamar baixo. Representa um décimo dos empréstimos do sistema financeiro. O padrão internacional no crédito imobiliário chega a 50%”, disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel. Segundo ele, esse segmento tem inadimplência de 1,7% e é regulado pelo BC. “E há o alcance social disso. As famílias estão constituindo patrimônio.”

Maciel destacou também que o crédito geral no País segue parâmetros mais rigorosos que os recomendados internacionalmente e que os bancos têm capitalização elevada, liquidez e provisões acima do padrão internacional.

O BC mantém a previsão de crescimento de 15% do crédito em 2012. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, em termos estruturais, o Brasil vive um momento de moderação do crédito. Na margem, no entanto, há expansão maior dos financiamentos quando se compara o dado de maio com o resultado dos primeiros meses deste ano.

Calote
O mercado de crédito no país subiu 1,7%, em maio, já o nível de calotes atingiu 6%, recorde da série histórica do BC, que começou em junho de 2000. Em abril, a inadimplência havia ficado em 5,9%.

O calote de pessoa física subiu 0,2 ponto percentual em maio, para 8%. Já a inadimplência de empresas ficou estável pelo quarto mês consecutivo, em 4,1%. Mesmo com mais calotes, a taxa média de juros para empresas e pessoas físicas ficou em 32,9% ao ano (ante 35,1% em abril), no menor nível desde 2000, de acordo com o BC.

As famílias pagaram taxa média de juros de 38,8%, em maio, com queda de 3 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Esse também é o menor nível da série histórica, iniciada em julho de 1994.  O BC informou ainda que o spread bancário -diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada ao consumidor final- atingiu 24,7 pontos percentuais em maio, contra 26,3 pontos no mês anterior.

UOL/Exame/Reuters

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