Os fundos de pensão brasileiros encerraram o ano passado tendo pago nada menos de R$ 31 bilhões em benefícios, registra o Consolidado Estatístico de janeiro último. O volume de recursos pagos regularmente a mais de 700 mil assistidos, se por um lado mostra a saúde financeira e atuarial dos planos administrados, por outro evidencia o quanto é urgente a tarefa de o sistema voltar a crescer, para que o fluxo de recursos que saem não descapitalize as reservas e o Brasil passe a não contar mais com uma tão útil poupança de longo prazo.
Em si mesmos, porém, os benefícios pagos servem de evidência do muito que o sistema tem para se orgulhar. Um natural orgulho de quem entrega aquilo que prometeu, haja visto que o valor médio das aposentadorias programadas ficou no ano passado em R$ 4.134, o das aposentadorias por invalidez em R$ 1.702 e as pensões por morte em R$ 2.016.
Em janeiro, muito em função dos obstáculos que o País enfrenta e a volatilidade dos mercados, a carteira consolidada dos fundos de pensão obteve rentabilidade de 0,45%, inferior a TJP (Taxa de Juros Padrão) de 1,95% (INPC + limite superior de 5,65% a.a., considerando 10 anos). Ao se ler tal percentual, de tal modo, deve se ter em mente que as entidades só devem ter os seus resultados avaliados a prazos maiores, pois esta é uma regra universalmente aceita.
A alocação em renda fixa aumentou nos últimos dois anos e está similar à registrada em 2008. Representa atualmente 65% dos ativos e o retorno alcançado foi de 1,68% (a melhor rentabilidade obtida dentre os segmentos no mês de janeiro).
Já a renda variável, que fechou o mês com alocação de 23,9% dos recursos, registrou retorno negativo de 2,86.
Dentre as novidades do Consolidado está a atualização dos valores do PIB, seguindo nova metodologia do IBGE e a inclusão do IMA Geral no quadro de “Rentabilidade Estimada”.
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Diário da Abrapp
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