A caderneta de poupança fechou 2016 com perda líquida de 40,702 bilhões de reais, segundo pior resultado da série histórica do Banco Central iniciada em 1995, em meio a mais um ano de forte recessão econômica.
Só em dezembro, tradicionalmente positivo por conta do pagamento do 13º salário, a poupança registrou captação líquida de 10,669 bilhões de reais, informou nesta quinta-feira o BC.
O recorde de perdas foi em 2015, com saídas líquidas de 53,568 bilhões de reais da poupança.
Em todo ano de 2016, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) sofreu perda líquida de 31,223 bilhões de reais, enquanto na poupança rural o saldo ficou negativo em 9,479 bilhões de reais.
O movimento de retirada de recursos ocorreu na esteira da derrocada da atividade econômica, continuidade da deterioração do mercado de trabalho e ambiente marcado por taxas de juros altas para financiamentos, que vêm pressionando o orçamento dos brasileiros.
A expectativa de economistas ouvidos pelo BC na mais recente pesquisa Focus é de contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,49 por cento em 2016, após queda de 3,8 por cento em 2015.
A saída de recursos do SBPE pelo segundo ano consecutivo também acende a luz amarela em relação ao financiamento habitacional no país, já que os recursos da poupança alimentam esta modalidade de crédito no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
Em dezembro, houve captação líquida de 9,001 bilhões de reais no SBPE, ao passo que a poupança rural registrou entrada líquida de 1,667 bilhão de reais.