A parcela da população brasileira acima de 18 anos que fuma caiu 20% nos últimos seis anos, de acordo com dados inéditos do Ministério da Saúde. A pesquisa Vigitel 2012 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde aponta que 12% da população brasileira fuma, enquanto que em 2006 o índice era de 15%. Apesar da queda, a frequência maior permanece entre os homens: o número passou de 19% (2006) para 15% (2012). Entre as mulheres o índice caiu de 12% (2006) para 9% (2012). Nesta quinta-feira (29), é comemorado no país o Dia Nacional de Combate ao Fumo.
Passivo
Outro bom motivo para comemorar é a redução na frequência de fumantes passivos no domicílio, que passou de 12% para 10% em 2012, conforme mostra a pesquisa. Também houve diminuição de fumantes passivos no local de trabalho. O índice passou de 12% para 10%. E continua em queda a frequência de homens que fumam 20 ou mais cigarros por dia 6% para 5%.
Em relação ao número de adultos fumantes por cidade, o levantamento mostra que a capital com a maior concentração é Porto Alegre (RS) com 18%, que também detém a maior proporção de pessoas que fumam 20 cigarros ou mais por dia (7%). Já a capital com o menor índice é Salvador (BA), onde 6% da população adulta diz ser fumante.
A pesquisa mostrou também que o hábito de fumar é maior entre pessoas com até oito anos de escolaridade (16%), quase o dobro da frequência observada entre as pessoas mais escolarizadas (12 anos ou mais), que atinge 9%.
Enfrentamento
O Ministério da Saúde oferece o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) criado em 1996 no Sistema Único de Saúde (SUS), que oferta o tratamento contra o fumo no país. Em abril deste ano, o governo anunciou a ampliação do atendimento oferecido pelo programa. O controle do tabaco é uma importante medida de prevenção das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DNCT). O tabagismo – assim como a alimentação não saudável, a inatividade física e o uso abusivo de álcool – está entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de infarto agudo do miocárdio, AVC e câncer.
Esse ano, a adesão ao programa para as equipes de Atenção Básica – feita pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) – contou com 24.515 equipes inscritas, em 4.371 municípios brasileiros. A meta é reduzir de 15% para 9% a proporção de fumantes na população adulta até 2022.
O Ministério da Saúde investe ainda na ampliação da assistência às pessoas que querem parar de fumar, oferecendo desde o acompanhamento do paciente por profissionais de saúde a medicamentos (entre adesivos, pastilhas, gomas de mascar e o antidepressivo bupropiona).
Mortalidade
Outra iniciativa prevista é a capacitação de profissionais em cada unidade, que atenderão quem quer largar o tabaco. A capacitação não abordará somente o tratamento medicamentoso. Incluirá também abordagem comportamental qualificada para incentivar o fumante a prosseguir com o tratamento até o final. O Ministério da Saúde também investe em ações educativas. O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento de Doenças Crônicas não transmissíveis prevê o fortalecimento do Programa Saúde na Escola, voltado para prevenção e redução do uso do álcool e tabaco entre crianças e adolescentes.
Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que as DCNT foram responsáveis por 63% de um total de 36 milhões de mortes ocorridas no mundo em 2008. No Brasil, as DCNT foram responsáveis por 72,4% do total de mortes em 2011, com destaque para doenças do aparelho circulatório, neoplasias e diabetes.
De acordo com a OMS, um pequeno conjunto de fatores de risco responde pela grande maioria das mortes por DCNT como o tabagismo, como câncer, doenças pulmonares e doenças cardiovasculares. Ainda hoje, o uso do tabaco continua sendo líder global entre as causas de mortes evitáveis.
UF |
Redução de fumantes |
2006 |
2012 |
% |
Rio Branco/AC |
20% |
15% |
25% |
Maceió/AL |
14% |
9% |
36% |
Manuas/AM |
13% |
8% |
38% |
Macapá/AP |
17% |
10% |
41% |
Salvador/BA |
9% |
6% |
33% |
Fortaleza/CE |
16% |
9% |
44% |
Brasília/DF |
16% |
10% |
38% |
Vitória/ES |
15% |
9% |
40% |
Goiania/GO |
13% |
10% |
23% |
São Luís/MA |
12% |
8% |
33% |
Belo Horizonte/MG |
16% |
12% |
25% |
Campo Grande/MS |
14% |
12% |
14% |
Cuiabá/MT |
15% |
11% |
27% |
Belém/PA |
15% |
8% |
47% |
João Pessoa/PB |
14% |
10% |
29% |
Recife/PE |
15% |
12% |
20% |
Teresina/PI |
15% |
11% |
27% |
Curitiba/PR |
18% |
12% |
33% |
Rio de Janeiro/RJ |
15% |
13% |
13% |
Natal/RN |
13% |
10% |
23% |
Porto Velho/RO |
18% |
12% |
33% |
Boa Vista/RR |
16% |
9% |
44% |
Porto Alegre/RS |
20% |
18% |
10% |
Florianópolis/SC |
17% |
14% |
18% |
Aracaju/SE |
12% |
8% |
33% |
São Paulo/SP |
18% |
15% |
17% |
Palmas/TO |
13% |
9% |
31% |
BRASIL |
15% |
12% |
20% |
|