Uma das poucas verdades que existem em relação a finanças pessoais é de que o brasileiro ainda não aprendeu a lidar de maneira inteligente com o crédito. É comum encontrarmos pessoas que utilizam linhas de crédito caras por um período longo de tempo, quando poderiam, com mais interesse e curiosidade, encontrar crédito mais barato. Tudo isso faz parte do amadurecimento e da necessária pesquisa e desejo de valorizar o próprio dinheiro.
Um dos erros mais graves que serve como exemplo para má utilização do crédito é o cheque especial. Ah, sim, que de especial mesmo só leva os dizeres do nome. A última pesquisa divulgada pelo Procon-SP sobre o assunto constatou que a taxa média dos juros cobrados pelos bancos do país é de 149,9% ao ano. A taxa mais alta ultrapassou 210%.
Esses são números médios e podem variar para cada situação específica, porque os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco paga menos taxas). O Santander, com taxa média mensal de 9,95% (o que daria 212,14% em um ano), tem a maior taxa entre os sete bancos pesquisados (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Safra e o próprio Santander).
Em uma dívida de R$ 100, o cliente pagaria cerca de R$ 312,14 ao final de um contrato de 12 meses.
Como escapar do cheque especial?
Se você utiliza o cheque especial com certa constância (ou pior, fez do cheque especial um complemente de sua renda), é importante lembrar que a qualquer momento o banco pode cancelar sua linha de crédito. Assim, é indispensável que o seu padrão de vida seja revisto para que, a partir de agora, suas despesas não saiam de controle. Gastar mais do que se ganha nunca é uma boa decisão.
Uma boa alternativa para sair do limite do cheque especial é tomar um empréstimo em linhas de crédito com juros menores. Pergunte sobre o crédito consignado no RH de sua empresa, afinal os juros dessa modalidade costumam ser muito menores. Outra alternativa que também é mais barata é um empréstimo pessoal (também chamado de CDC).
Mas, atenção: você está trocando uma dívida cara (cheque especial) por outra mais barata (consignado ou CDC), o que significa que ainda assim terá que pagar o que deve e que o cheque especial será liberado. A partir deste ponto, evite usar o cheque porque se você entrar novamente no cheque especial terá duas dívidas para pagar. Preste atenção!
Outro detalhe importante é a diferença entre as taxas cobradas pelos bancos. Logo, pesquisar oportunidades e sair da zona de conforto é essencial para quem valoriza seu patrimônio. Como comparação, imagine alguém utilizando R$ 100 do cheque especial do banco Santander: no final de 12 meses a dívida chegaria a R$ 312,14. Esse mesmo valor na Caixa Econômica Federal, por exemplo, estaria no final de 12 meses em R$ 165,16.
Veja os números apurados pelo Procon-SP:
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Dinheirama
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